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Perfil
Por Maria Clara Matos
Fotos por Cecília Bastos e arquivo pessoal

 

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Foto: arquivo pessoal
José Luís de Aquino ao lado da musicista e professora Gertrud Mersiovsky, em 1989

 

 

 

Foto: arquivo pessoal
Apresentação, em 22 de outubro de 2006, de Aquino no auditório Marcel Dupré, em Meudon, França


Já aos 14, o pequeno Aquino se tornou organista da Igreja Nossa Senhora do Sion e pagava sozinho seus estudos de música no Conservatório Dramático Musical de São Paulo. Em 1981, com apenas 17 anos, tornou-se organista titular do Mosteiro de São Bento. O músico conta a história emocionado.

Depois de uma entrevista com o então abade Dom Joaquim Zamith, foi conhecer o órgão que tanto ansiava. Ele conta: “Eu fiquei meio perdido na época, eram muitos registros e centenas de botões. Nunca tinha visto um órgão tão grande até então, só conhecia instrumentos menores e elétricos. Aí encontrei um registro, encontrei outro e toquei um coral de Bach sem partitura e tremendo”. No final da pequena apresentação, o abade já o convidou para acompanhar o canto gregoriano de domingo.

O organista permaneceu se apresentando no mosteiro durante 18 anos e criou o Festival Internacional São Bento de Órgão, coordenando suas primeiras cinco edições. Ainda em 1981 começou a cursar a Faculdade Santa Marcelina, onde foi fundado o primeiro curso de órgão do estado. Lá teve aula com Ângelo Camin, organista do Teatro Municipal. Aquino diz com orgulho: “Ele era uma pessoa maravilhosa a qual eu devo muito e tenho uma gratidão enorme. Foi mais do que um avô, foi um pai, um mentor musical e de vida, aprendi muito com ele e tenho muitas saudades”.

Camin, já em idade avançada, sofria de mal de Parkinson e muitos dos concertos para os quais era convidado não podia comparecer e acabava indicando Aquino. Pessoas especiais são característica constante na vida do músico e após Camin foi a vez da professora e musicista Gertrud Mersiovsky passar seu conhecimento. Sob sua orientação Aquino realizou seu mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Isso possibilitou prestar o concurso para docente da Unesp. Assim, em 1987, com 23 anos, inaugurou o curso de órgão da universidade, onde permaneceu por 15 anos lecionando. “Depois de todo esse tempo, eu já estava querendo mudar e aí surgiu a possibilidade de fazer concurso na USP; entrei como professor de música de câmara, mas sempre pretendendo abrir o curso de órgão”, conta o atual professor do Departamento de Música da USP. Em Paris, o musicista aperfeiçoou-se com a organista Suzanne Chaisemartin.

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