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Entre março e junho de 2023 ocorre no TUSP a mostra Teatro Pós-Trauma. Serão três espetáculos, gerados em diferentes âmbitos da Universidade, e que, por distintas miradas, enfrentam a crise da democracia no Brasil e o horror dos últimos anos de ameaças ao estado de direito.

Integrando a mostra Teatro Pós-Trauma, a Prezada Companhia de Teatro chega aqui à sala do TUSP na rua Maria Antônia empenhada em escavar futuros onde o passado insiste em não passar.

 A Prezada Companhia de Teatro surgiu a partir de um processo de montagem, na Escola de Arte Dramática da USP. A peça era a Oresteia, de Ésquilo, e a direção era de José Fernando Peixoto de Azevedo.
Esta oresteia.br nasce da tentativa de elaborar algumas perguntas, em meio a tanta perplexidade a nos tomar. O que ainda podemos fazer juntos? Quem integra o coro? Qual o valor de uso da mentira? Como pronunciar palavras propícias? Ao texto de Ésquilo somamos trechos de Eurípides (Ifigênia em Áulis) e de Pasolini (Pílades), compondo um material que nos permite cravar na encruzilhada-Brasil nossos corpos em estado de combate.

“Olhar no olho da tragédia” – assim Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, esboçava os termos de um programa de trabalho (interrompido pela morte precoce em 1974) que visava a compreensão daquilo que, à época, chamavam “vida nacional”. Agora, em 2023, voltamos à tragédia e, certamente, é com os olhos do presente que lançamos nossas perguntas ao material. Isto, num momento em que as práticas de extermínio confrontam as perspectivas democráticas. Na contramão da visão trágica grega, a “nossa tragédia” evidencia: o sofrimento nada ensina.

Para o diretor José Fernando Peixoto de Azevedo, “resta-nos um pouco de uma certa consciência trágica: reconhecer a distância que separa aquilo que imaginamos ser daquilo que nos tornamos, e escolher seguir. Alguns ainda dão, a essa fratura, o nome de Brasil.” Carmina Juarez, diretora musical da peça, acredita que oresteia.br é uma travessia de resistência pelas invocações: do prelúdio às bengaladas, do balbucio às vociferações.”

Em cena, a saga dos Átridas, desde o sacrifício de Ifigênia, pelo pai, o rei Agamêmnon, como condição para a partida das frotas até a destruição de Tróia e o resgate de Helena, sequestrada por Páris. Dez anos depois, em seu retorno, Agamêmnon é assassinado pela rainha Clitemnestra e seu amante Egisto, como vingança pela morte da filha. Tempos depois, o filho, Orestes, com a ajuda da irmã, Electra, vinga a morte do pai, assassinando a mãe, o que o leva a um julgamento no contexto de um novo tribunal, instaurado pela deusa Atena.

16 de março a  9 de abril de 2023. | Quintas, sextas e sábados,  19h às 23h | Domingos, das 17h às 21h

Duração 240min (com dois intervalos) | 16 anos | 80 lugares | Ingressos via Sympla ou na bilheteria 1h antes da sessão [R$ 40 inteira / R$ 20 meia]
IG: instagram.com/prezadaciadeteatro | Sympla: sympla.com.br/eventos?s=oresteia.br&tab=eventos&ordem=date

FICHA TÉCNICA

Textos: Ésquilo, Eurípides e Pier Paolo Pasolini

Espaço de cena, dramaturgia  e direção geral: José Fernando Peixoto de Azevedo

Elenco: Bruno Vaz, Caio Nogali, Daiane Gomes, Luisa Silva, Preto Vidal, Thai Muniz, Tricka Carvalho

Direção musical e práticas da voz:  Carmina Juarez

Piano: Arthur Caetano

Câmera em cena/Imagens: André Voulgaris

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Desenho de luz e operação: Denilson Marques

Trilha Sonora: José Fernando Peixoto de Azevedo, Carmina Juarez, Prezada Companhia

Edição de vídeo: Caio Nogali

Figurino: José Fernando Peixoto de Azevedo, Prezada Companhia eSilvana Carvalho

Confecção de Figurino: Silvana Carvalho

Cenotécnica: Nilton Ruiz e Zito Rodrigues

Adereços/Objetos de cena: Paulo Basílio

Preparação corporal e assistência de direção (Primeira Fase): Fernando Vicente

Preparação corporal (Segunda Fase): Ana Maria A. Miranda

Trabalho com máscaras: Bete Dorgam

Estilização de máscaras: Thai Muniz

Consultoria teórica: Beatriz de Paoli, JAA Torrano, Milena Faria e Sandra Sproesser

Traduções: Oresteia, de Ésquilo –  Manuel de Oliveira PulquérioJAA Torrano; Ifigênia, de Eurípides – JAA Torrano; Pílades, de Pier Paolo Pasolini – Alex Calheiros, Oresteia, o canto do bode – adaptação de Reinaldo Maia

Projeto gráfico: Dalua Criações

Fotografia: Caio Oviedo e Andréa Menegon 

Colaboraram durante o processo (vídeo): Gabriel Siviero, Diego Oliveira, Igor Barreto e Rai do Sol

Produção: Corpo Rastreado, José Fernando Peixoto de Azevedo e Prezada Companhia

Apoio: Escola de Arte Dramática – EAD/ECA-USP 

Espetáculo realizado originalmente no contexto da Escola de Arte Dramática.