Este trabalho através da interpretação literária faz uma descrição da paisagem reproduzindo o espaço geográfico criado por Guimarães Rosa (1956) no imaginário do romance “Manuelzão e Miguilim”.
O processo de tradução intersemiótica se revela não somente como uma possibilidade de interação e diálogo eterno entre as artes mas também como uma ampliação de signos, imagens e sentidos. A literatura enquanto arte é campo fértil para esse processo de transcriação. Nesse sentido, o nosso artigo objetiva apresentar como ocorre a consubstanciação da literatura em cinema, da obra Campo Geral ou Miguilim, de Guimarães Rosa em Mutum, filme de Sandra Kogut, entendendo tal processo como fundamental para a revelação do olhar prismado do protagonista nesses dois sistemas significantes. Para tanto, utlizamos as teorias de Plaza, Pierce, Jakobson, entre outros pesquisadores da área.
Este artigo tem o objetivo de apresentar o impacto que a literatura, em especial os personagens da obra de Guimarães Rosa, Manuelzão e Miguilim, podem exercer sobre a ek-sistência ética do leitor. Para isso, a partir do pensamento de Martin Heidegger, apresentaremos a existência humana como algo dinâmico que abre para novas possibilidades. Em seguida, abordaremos uma ética que possa contribuir para a autorealização e autoconstrução enfatizando o cuidado com a existência e com o desejo. Por fim, inspirados em Paul Ricoeur debruçaremos sobre a importância da linguagem e poética, que através das inovações semânticas e heurísticas, move a imaginação do leitor e o auxilia na ampliação de horizontes éticos e existenciais.
O silêncio integra as experiências humanas, compõe o pensamento, tece a linguagem e configura a conduta e as manifestações artísticas. O imaginário e as manifestações do silêncio representam o anseio pela busca de faces do silêncio presentes no imaginário, nas experiências humanas e nas linguagens artísticas. Faces que, ao potencializarem o movimento de introspecção, podem contribuir para a abertura de portais e para a reorganização das vivências do ser. Para desenvolver o estudo, realizamos uma pesquisa bibliográfica e uma leitura analítica de obras artísticas de dois campos narrativos diferentes: fílmico e literário. As obras selecionadas para exame têm em comum a vigorosa presença do silêncio. Pela sua riqueza poética, os filmes Padre, padrone (1977) e Mutum (2007) e as produções literárias O Espelho (2001) e Manuelzão e Miguilim (2001) além de outros textos inesquecíveis colaboraram no desenvolvimento das análises. Para ampliar o entendimento sobre o imaginário, foram imprescindíveis os autores: Castoriadis (1982), Durand (2001), Maffesoli (2012) e Ruiz (2003). Também, como referência, Orlandi (2005; 2007), dada sua expressiva pesquisa a respeito do silêncio, além de outras teses que, ao tratarem do tema, trouxeram relevantes contribuições.
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