Sala 39

CEPEUSP sofre com baixa infraestrutura e serviço de pronto atendimento

Por: Alex Souza, Felipe Bueno, Julio Silva, Luíse Silva e Matheus Bomfim

Editora: Júlia Teixeira

Ingressar na USP é o sonho de inúmeros jovens e, como rito de passagem, representar sua faculdade é um momento marcante para esses calouros. Tradicionalmente ocorrem os jogos do Bichusp, como forma de integração dos calouros com as modalidades esportivas oferecidas por diversos cursos da Universidade. No entanto, o que deveria ser apenas um momento de lazer na vida universitária, constantemente torna-se um drama inesperado para muitos alunos que sofrem com a desorganização e a escassez de socorro médico.

O aluno Felipe Passarelli Tammaro, estudante de Turismo, relatou que durante seu jogo de futebol sofreu uma luxação no braço e ficou estendido no chão por um bom tempo esperando socorro médico: “ Eu fiquei no chão e as pessoas que estavam assistindo, principalmente os meus veteranos que vieram me ajudar quando perceberam que tinha algo errado com o meu braço”. Além disso, o atleta conta que sentiu muita dor devido ao excesso de tempo que ficou aguardando a ambulância chegar e ainda teve que se deslocar andando, pois a maca disponível não poderia entrar no gramado.

O estudante de jornalismo, Pedro Fagundes, que acompanhou Felipe na ambulância e no hospital relatou que assim que perceberam a gravidade da lesão de Felipe, representantes tanto da ECA quanto da SanFran saíram correndo em direção à uma ambulância. O jogo ocorria no campo 2 e a ambulância estava parada ao lado do campo 1, onde Pedro comentou que os atendentes pareciam “estar na praia”. Ainda sobre o trajeto, falou que: “Antes de chegar a ambulância que estava do outro lado do campo 1, a gente parou e passou por outra ambulância, que se recusou (a nos atender) porque havia, supostamente, sido contratada para o evento esportivo que estava acontecendo na pista de atletismo, que não era organizado pela LAAUSP, que é quem organiza o Bichusp”.

Ao mesmo tempo que Felipe agonizava no chão, enquanto chovia no CEPE, no outro campo um atleta havia rompido o ligamento do joelho e se arrastava até a ambulância disponível. “Quando conseguiram colocar o cara dentro da ambulância a ambulância foi dar uma volta para chegar na beira do campo 2, onde estávamos. Nisso passam quinze minutos, vinte minutos do nosso atleta Felipe no chão, se contorcendo de dor até que a ambulância chega” – disse Pedro. Antes da chegada da ambulância, foi relatado que Felipe ainda chegou a desmaiar de dor após uma equipe de fisioterapeutas conseguirem colocar uma tala nele. “Colocaram ele numa cadeira de plástico e basicamente subiram a cadeira para colocar ele dentro da ambulância. Então teve todo esse drama, toda essa questão, até colocarem ele dentro da ambulância junto com o cara que tinha rompido o ligamento do joelho”.

Relatos como esse não são incomuns, tendo em vista que muitos problemas infraestruturais são constantes nas mediações do CEPEUSP. Além das instalações precárias e problemas básicos visualizados, a falta de ambulâncias em local de práticas esportivas escancara a má administração do local.