ISSN 2359-5191

14/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 34 - Sociedade - Centro Universitário Maria Antônia
Preto e branco deve ser usado para pensar a fotografia

São Paulo (AUN - USP) - A falta de compreensão do processo artístico prejudica a obra. Esse foi o tema fundamentalmente discutido na palestra realizada pelo professor de fotografia Luiz Carlos Musa, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, no Centro Universitário Maria Antonia. Ele usou a arte para falar do processo educacional como um todo, estabelecendo como mote de sua explicação as fotos em preto e branco.

O processo de produção da fotografia consiste basicamente de três faces distintas: aquilo que se vê, o que é registrado na máquina e o que sai impresso no papel. Acontece que a maioria das pessoas não tem acesso a bons recursos para essa transposição/criação de imagens e o processo ocorre muitas vezes de maneira fragmentada – a revelação, por exemplo, raramente é feita pelo próprio fotógrafo –muitas vezes por falta de autonomia dos profissionais dentro de empresas e redações.

Tanto no ensino da fotografia como na educação no geral, segundo o professor Musa, pode-se “pensar sem fazer, mas não se aprende sem a práxis”. Cada vez mais, o contato com a matéria em si é suprimido no ensino, um tremendo erro, na opinião do professor, principalmente se considerarmos, no caso específico da fotografia, em que o digital é inteiramente baseado nas experiências com analógico, ou seja, na matéria.

Dentro deste processo, o ensino da fotografia em preto e branco, que cada vez é menos freqüente, proporciona um aprendizado riquíssimo. Primeiramente, porque de modo consensual, a fotografia tirada apenas nestas duas cores é trabalhada apenas no analógico. Depois, porque a foto em preto e branco é que “ajuda a pensar a estrutura de luz e é a base para pensar a cor mais tarde”.

Usar o preto e branco no ensino da foto é ao mesmo tempo resgatar as origens do processo – pois a base de qualquer fotografia é a reflexão da luz para a formação de uma imagem impressa – e lidar com a materialidade, a foto impressa. Ou seja, através disso, é possível construir um melhor entendimento da fotografia em si, contribuindo para sanar as deficiências inicialmente apontadas no processo de ensino.

A palestra realizada pelo professor Musa subsidia um curso maior oferecido pelo Centro Universitário Maria Antonia, chamado “Design e Humanidade”. Os interessados podem obter mais informações através do site: www.usp.br/mariantonia.

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