São Paulo (AUN - USP) - A Comissão de Sustentabilidade do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP começará a recolher os computadores descartados das outras unidades da universidade a partir de agosto. A criação do Centro de Descarte e Reciclagem (CEDR) visa diminuir o desperdício de materiais eletrônicos e o impacto desses componentes na natureza, recuperando o que for possível e doando a instituições ou a grupos de reciclagem.

Dos cerca de 38.000 computadores da universidade, aproximadamente 10% são descartados por ano. Atualmente, a USP doa esses materiais em desuso para instituições de caridade. “O grande problema é que poucos componentes são aproveitados por essas instituições. Geralmente, três micros são desmontados para formar um. E o resto muitas vezes é jogado no meio de lixo comum, poluindo o meio-ambiente”, afirma Neuci Bicov, uma das coordenadoras do projeto. O impacto ambiental consiste principalmente na contaminação de solo e águas, já que as peças dos computadores têm metais pesados em sua composição, como o mercúrio e o chumbo.

O bloco 27, antiga baia de cavalos da veterinária, será destinado para o armazenamento das peças descartadas. Atualmente o prédio está passando por reformas. Nele serão separados os materiais, reaproveitando os equipamentos ainda em bom estado e criando um estoque de peças. O “lixo” eletrônico será enviado para centros de reciclagem, evitando o impacto na natureza e reaproveitando matérias-primas.

Os computadores a serem descartados devem chegar despatrimoniados ao CEDR. Os institutos que quiserem doar seus materiais terão que registrar e legalizar seu descarte. Segundo Neuci, esse processo diminui a burocracia e evita problemas futuros para o CCE.

Há a intenção de que o projeto se expanda, no futuro, para empresas interessadas e também para a comunidade. Atualmente o CCE faz esse tipo de recuperação de lixo eletrônico apenas com seus materiais.

Além da ação de coleta dos computadores descartados, a Comissão de Sustentabilidade CCE conta com outras iniciativas. Como o Selo Verde, que confere se os computadores adquiridos pela USP estão dentro das normas de sustentabilidade. O projeto, que pode virar lei no Estado de São Paulo, visa diminuir o consumo de energia e de componentes com metais pesados pela universidade.