ISSN 2359-5191

14/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 34 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Construção de hidrelétricas esbarra em questões ambientais

São Paulo (AUN - USP) - A Região Norte do Brasil sofre com um vazio no que diz respeito à produção de energia elétrica, dependendo da energia produzida na Venezuela. Mas a região tem grande potencial hidrelétrico, principalmente os rios Xingu, Madeira e Tapajós. Por isso, estão sendo desenvolvidos vários projetos para instalação de usinas hidrelétricas nessa área. As construções das usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio, no Rio Madeira, são as que estão mais adiantadas, ambas usinas tem previsão para começar a gerar energia em 2012.

Mas a construção de hidrelétricas, ainda mais na Região Amazônica, esbarra em questões ambientais e sociais. Para a instalação de uma hidrelétrica é preciso construir diques, barragens e represas, inundando grandes áreas próximas aos rios. O problema é que esses alagamentos têm grande impacto ambiental, destroem o habitat de diversas espécies de animais, matam a vegetação local, geram um desequilíbrio ambiental e também podem atingir áreas habitadas, obrigando a remoção da população.

A primeira etapa da construção da usina de Santo Antônio, por exemplo, causou a morte de 11 toneladas de peixes. Já no caso de Jirau, as obras estão suspensas desde a metade de Maio porque o Ibama ainda não concedeu uma licença de instalação definitiva.

Em palestra na Escola Politécnica da USP, o professor José Antônio Jardini defendeu a construção das hidrelétricas. “Alguma destruição ambiental sempre há, não tem jeito”, explicou Jardini e lembrou dos benefícios das hidrelétricas em relação às outras fontes de energia: “O Brasil tem o privilégio de grande parte da energia consumida vir de usinas hidrelétricas, fonte de energia renovável e de baixo custo em relação às usinas termoelétricas e nucleares, por exemplo”.

No caso das usinas do Rio Madeira, o professor ressaltou que houve preocupação ambiental desde o início do projeto, inclusive na escolha do local da instalação. Foi escolhida uma área capaz de produzir muita energia sem que seja necessária muita inundação. São em média 0,07 km³ inundados por MW (Megawatt) produzido, enquanto outras hidrelétricas inundam áreas bem maiores, como a usina de Tucuruí, no Rio Tocantins, que tem em média 0,63 Km³ inundados/MW. Além disso, houve preocupação em fazer uma hidrelétrica sem reservatório, o que gera perdas econômicas em períodos sem chuva, mas evita mais alagamentos.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br