ISSN 2359-5191

14/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 34 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Histórias de um correspondente de guerra

São Paulo (AUN - USP) - “Viver a história do outro, isso é a reportagem”. Assim, Lourival Sant’Anna, correspondente do Estado de S. Paulo em Londres nos anos 90 e hoje enviado especial a vários países pelo mesmo jornal encerrou sua apresentação. Ele esteve em recente evento ocorrido na Escola de Comunicações e Artes da USP. Como um correspondente internacional se comporta nas situações mais extremas? Guerras? Bombas? Conflitos? E quando o jornalista mal pode anotar?

Sant’Anna já realizou coberturas de guerra mais de uma vez. Ele esteve no Líbano, em 2006, durante o conflito Israelo-libanês. Sob bombardeio, o profissional teve que fazer uso de um recurso não muito comum para um jornalista de texto registrar suas percepções: ele fotografou cenas das quais participava. “Eu preciso mostrar como se sente uma pessoa em um bombardeio”.

Israel estava atacando áreas libanesas quando Lourival conheceu um sheik de uma mesquita do Sul do Líbano. A cidade do sheik Mugrab era uma das mais castigadas pela guerra. Mugrab levou Lourival até o sul do Líbano, na área xiita. Lá, vilarejos estavam sob o domínio do Hezbollah. O jornalista fotografou mísseis passando próximos ao seu carro e viveu na pele como era estar numa guerra.

Também no Líbano, Sant’Anna também lançou mão de outro recurso para o registro jornalístico: ele narrou, no celular, uma madrugada em que passou sob o ataque inimigo. “Foi uma matéria onomatopéica, sofreu críticas exatamente por isso”. Lourival descreveu os sons dos mísseis e bombas. “Era como uma máquina elétrica de costura”. A sensação de estar sob um bombardeio? “Me senti muito pequeno. Uma pessoa nunca esquece uma experiência dessa”.

O jornalista também esteve presente na guerra da Ossétia no Sul, em 2008. Ele chegou a ser preso e ficar sobre a mira do exército russo. Ainda assim, ele encarou os militares para chegar até a os territórios bombardeados da Geórgia. “Eu não estou lá para viver uma aventura, estou lá para entender o que está acontecendo. A única maneira de entender um fato jornalístico é vivê-lo”.

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