ISSN 2359-5191

14/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 34 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
“Sustentabilidade é investimento, não um gasto”, diz dono de usina de cana

São Paulo (AUN - USP) - “Para participar do processo produtivo internacional, a empresa deve ter a sustentabilidade participando de sua estratégia principal”, afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP) Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho, em seminário realizado recentemente na Universidade. O evento contou com a presença de dois representantes do setor sucroalcooleiro: o diretor-presidente da usina de São Manoel (a 270 km de São Paulo), Carlos Dinucci, e o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. Há um consenso de que a preocupação com o ambiente deve ser um dos pilares das empresas que lidam com alimentação e energia.

Dinucci diz que a usina que dirige está buscando um ideal de equilíbrio social, econômico e ambiental. “Sustentabilidade é investimento, não um gasto. Na medida em que se harmonizam esses três pilares, todos ganham muito. Atraímos talentos por causa dessa filosofia, trazendo maior produtividade”, diz. Para Jank, “o grande desafio do mundo é usar as Tecnologias para resolver o problema da alimentação e da energia”.

Entre as ações da usina, estão o investimento em corredores ecológicos, trilhas para visitas e escolas, estação de tratamento de afluentes e cursos de qualificação de empregados. Além disso, eles publicam há seis anos um balanço social e ambiental. “Temos que ter uma boa imagem junto à comunidade”, afirma Dinucci. Já o presidente da Unica garante que até 2014 as usinas devem parar de usar o método das queimadas e haverá ainda neste ano um “selo social” para as usinas que oferecem boas condições de trabalho.

Machado Filho lembra a relevância do debate. “Os desafios e atividades dessas usinas têm base na crença no social, ambiental e econômico como algo conveniente. Há preocupações por causa da heterogeneidade do setor, gestões tradicionais que estão tentando se adaptar a essas mudanças. Há também empresas de capital aberto que demandam indicadores tangíveis, para satisfazer acionistas internacionais”, afirma o professor da FEA, salientando a prestação de contas que as empresas devem à sociedade.

Segundo Jank, entre as mudanças no setor sucroalcooleiro está uma maior valorização da fibra em relação à sacarose. Ele confia no potencial do produto brasileiro. “A nossa cana é a mais eficiente em termos de conversão em etanol por gasto de água”, afirma o presidente da Unica.

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