ISSN 2359-5191

29/05/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 10 - Saúde - Faculdade de Medicina
Antibiótico para infecções respiratórias em recém-nascidos pode ser diminuído

São Paulo (AUN - USP) - As crianças recém-nascidas que, por problemas diversos, precisam respirar com o apoio da ventilação mecânica, estão muito mais suscetíveis a infecções respiratórias. Geralmente, caso essas infecções resultem numa piora do estado da criança, o tratamento é feito com antibióticos e a partir da idéia de que os agentes causadores são bactérias. Mas uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP está provando que os efeitos colaterais dos antibióticos no recém nascido podem ser evitados. Isso porque grande parte dessas infecções é causadas por vírus.

“O objetivo desse trabalho foi verificar, nessas pioras da criança em ventilação mecânica, se [a causa] sempre é bactéria; então, a gente começou a investigar a possibilidade de vírus”, afirma a professora Edna Maria Diniz, chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (Ucine) do Departamento de Pediatria da faculdade, local da pesquisa. Edna é a autora principal do trabalho, que conta com o apoio da Fapesp.

A pesquisa está em fase de análise. Desde novembro de 2000, já foram coletados 81 dos 100 casos previstos no projeto. A professora Edna calcula entre 57 e 60% os casos de infecções virais. Essas infecções estudadas foram adquiridas no próprio ambiente hospitalar. Se, por um lado, a criança entubada que recebe a ventilação mecânica mantém a respiração e a oxigenação adequadas, por outro, são facilitadas a penetração de bactérias e vírus, além do desenvolvimento de pneumonias e outras doenças pulmonares. A própria fragilidade do sistema imunológico do recém-nascido agrava sua condição.

Alguns pacientes com infecções virais mostraram sintomas preocupantes como paradas respiratórias, febre, vômito e diarréia. A maioria deles desenvolveu pneumonia e a média do período de internação foi de 42 dias (variando de 11 a 122). A presença dos vírus foi detectada a partir da secreção colhida no tubo traqueal, material que foi enviado ao Instituto Adolfo Lutz. Foram encontradas espécies como o influenza (vírus da gripe) e o parainfluenza.

Edna prevê que os resultados da pesquisa devem se tornar rotina no hospital. O tratamento de infecções virais, por não ter medicamentos, é feito apenas mantendo a oxigenação e a nebulização. O trabalho com infecções respiratórias em recém-nascidos deve então economizar recursos e, principalmente, evitar os efeitos colaterais dos antibióticos.

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