ISSN 2359-5191

28/04/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 03 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Estudo do movimento das águas vai ajudar população costeira

São Paulo (AUN - USP) - O fenômeno da ressurgência na costa brasileira é alvo de estudo do maior projeto atualmente desenvolvido pelo Instituto Oceanográfico (IO) da USP. Este fenômeno, que ocorre principalmente durante o verão e a primavera, consiste no afloramento de águas profundas, frias e ricas em nutrientes, para a superfície do mar, promovendo assim um acúmulo de nutrientes em regiões menos profundas dos oceanos. Essas regiões menos profundas – cerca de 50 metros abaixo da superfície - são as que recebem o maior número de incidências solares que, associadas a esses nutrientes trazidos pelas águas profundas, proporcionam um ambiente extremamente propício para a reprodução das espécies marinhas. Ocorre, então, um aumento significativo na produtividade pesqueira industrial e artesanal da costa brasileira.

O projeto Dinâmica do Ecossistema da Plataforma da Região Oeste do Atlântico Sul (Deproas) tem como objetivo analisar os mecanismos físicos da ressurgência, seus efeitos biológicos sobre os ecossistemas oceânicos e suas conseqüências econômicas para a população costeira. A área pesquisada localiza-se na região Sudeste, entre o litoral de Arraial do Cabo e São Sebastião, onde o fenômeno ocorre com maior freqüência. O projeto coordenado pelo professor e também diretor do IO, Belmiro Mendes de Castro Filho, iniciou seu trabalho de campo em dezembro de 2000 e promoverá seu último cruzeiro oceanográfico entre os meses de maio e junho deste ano. Por ser um projeto socioeconômico, os pesquisadores estão programando formas de levar ao público, após o término da pesquisa, no próximo semestre, os resultados obtidos para promover, assim, um melhor acesso e aproveitamento do material pesquisado. “Nós temos planos de fazer, em algumas das cidades litorâneas, como Santos, Arraial do Cabo, São Sebastião, seminários de um ou dois dias, não científicos, mas sim abertos para a população”, diz o coordenador Belmiro.

O Deproas é o único projeto brasileiro a fazer parte das atividades do programa internacional Globec, que estuda as mudanças oceânicas pelo mundo, e foi financiado pelo CNPq, órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia, que investiu cerca de um milhão de dólares na pesquisa. Em 2001, o projeto ganhou um reforço de quase mais um milhão de dólares devido a uma parceria com a Petrobrás, que se interessou pelo estudo físico da pesquisa e firmou um convênio para compartilhar os dados do projeto. A parceria permitiu que os instrumentos e recursos de pesquisa, que já eram os mais modernos para estudos oceanográficos, fossem praticamente dobrados. Além do uso do maior navio do IO, o “Prof. W. Besnard” estão sendo usadas onze estações autônomas de pesquisa espalhadas pela área estudada, entre 50 e 3.000 metros de profundidade - maior profundidade de estação já atingida por uma pesquisa brasileira. Existem também três estações costeiras bem equipadas e duas bóias metereológicas, sendo o IO o único instituto a possuí-las além da marinha brasileira.

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