ISSN 2359-5191

16/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 04 - Saúde - Faculdade de Medicina
Células Progenitoras trazem novas esperanças para o tratamento de câncer de fígado

São Paulo (AUN - USP) - Abre-se um novo horizonte para o tratamento de patologias hepáticas: as células progenitoras talvez possam ser utilizadas em “terapias celulares” para a cura e recuperação do fígado doente, especialmente em casos de Carcinoma Hepatocelular (CHC), um tumor maligno que afeta o órgão. Essa foi a conclusão do professor Venancio Avancini Ferreira Alvez, em seu seminário sobre Aspectos da Patologia do CHC, ocorrido em 14 de março, na Faculdade de Medicina da USP (FMUPS).

Células progenitoras são tipos celulares relativamente indiferenciados. São semelhantes às células-tronco, mas, ao contrário destas, que podem originar qualquer tipo de célula, as progenitoras já estão envolvidas com uma linhagem-no caso, a hepática. Além disto, o uso de células-tronco no tratamento de doenças hepáticas não tem obtido bons resultados, enquanto que o uso de células progenitoras tem sido animador. Este tipo de tratamento pode vir a ser, inclusive, uma alternativa aos transplantes de fígado. Vale lembrar que há, hoje, mil pacientes na lista de espera para transplante hepático no Hospital das Clínicas e que grande parte deles foram atingidos pelo CHC.

O CHC é o sétimo tipo de câncer que mais atinge homens no mundo e o nono tipo que mais atinge mulheres. Muitas vezes está associado a outras enfermidades hepáticas, tais como a hepatite B ou C e a cirrose, já que a recuperação irregular do fígado, nestes casos, aumenta em quinze vezes o risco de surgimento de CHC.

Venancio, que é responsável pelo Laboratório de Investigação em Patologia Hepática da FMUSP, destaca um detalhe: as mais diversas patologias ativam diferentes linhagens celulares. As células hepáticas podem pertencer a três linhagens: células dos ductos (duct cells), células progenitoras ou hepatócitos. O trabalho do patologista se concentrou nestas duas últimas, uma vez que elas possuem uma atuação mais direta e eficaz no processo de recuperação do fígado, na ocorrência de CHC.

A pesquisa foi inspirada pela lenda grega de Prometeu, o titã que, acorrentado a uma montanha, tinha seu fígado devorado por uma águia todos os dias e se recuperava durante a noite. O médico demonstrou que a recuperação hepática, em pacientes com CHC, origina-se principalmente de hepatócitos maduros, que constituem, portanto, o padrão mais habitual de recuperação. Contudo, em aproximadamente trinta por cento dos casos – um percentual alto - há o aparecimento e uma atuação significativa das células progenitoras, sendo que o grau de ativação destas está relacionada à atividade e ao estágio da doença.

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