ISSN 2359-5191

03/05/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 06 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Relação entre energia e desenvolvimento não é apenas questão econômica

São Paulo (AUN - USP) - As restrições ao consumo de energia do ano passado – que ficaram conhecidas como Apagão - afetaram a produção industrial. A partir desse caso, pode-se observar que existe relação entre energia e desenvolvimento. Mas como se dá exatamente essa relação? Qual é a importância de planejar o consumo de energia? E como pensar a relação entre consumo de energia e meio ambiente?

Segundo o pesquisador Miguel Morales Udaeta, do GEPEA (Grupo de Energia) da Escola Politécnica da USP, a energia é o meio para obter desenvolvimento de uma economia – sem a energia, a atividade socioeconômica não se desenvolve. Por possibilitar o desenvolvimento de novos produtos e de infra-estrutura, a energia traz também qualidade de vida.

Já que a energia é tão vital para o desenvolvimento, é preciso planejar seu consumo. Este planejamento deve levar em conta a oferta e a demanda. Esta última é pré-fixada a partir de uma política governamental. No entanto, esta política deve levar em conta todos os interessados na questão energética, isto é, os que compram, os que vendem, os que produzem. No caso de lâmpadas econômicas, por exemplo, não é suficiente que o governo faça campanha para que as pessoas utilizem-nas, se poucas empresas as fabricam e ainda a altos custos. Pode-se observar como é importante que os setores (nesse caso, o econômico e o político) se comuniquem. A esse planejamento que integra as diversas esferas dá-se o nome de planejamento integrado de recursos.

Outro aspecto importante do planejamento integrado de recursos é atender as necessidades energéticas com custo mínimo, não só no sentido econômico (que é o que normalmente se pensa quando se fala em custos), mas também ecológico e social. No mesmo caso da troca de uma lâmpada que gasta a mesma energia por quatro lâmpadas econômicas, ocorre uma racionalização da energia que já vem sendo usada. Portanto, não é necessário produzir mais energia para o futuro, pois apenas se conserva o que já foi produzido. O pesquisador frisa que, ainda que tal racionalização da energia tenha existido com o apagão, ela não teve caráter de planejamento, e sim de emergência.

Quando se fala em atender às necessidades de energia sem prejuízos para o meio ambiente às populações, fala-se de desenvolvimento sustentável. Trata-se da possibilidade de crescimento econômico sem prejuízo para a vida futura, e não só do homem, mas de outros animais, pois todos os seres vivos têm relacionamento entre si e com o planeta Terra, como um todo.

A preocupação com o desenvolvimento sustentável começou a partir do Rio 92, conferência em que se tratou de dois problemas principais, o efeito estufa, que causa aquecimento global, e a destruição da camada de ozônio, que afeta a vida em si, causando câncer de pele para o homem, dentre outras conseqüências. A partir do Tratado de Kyoto em 97, os países concordaram em reduzir em 5,2% a emissão de gases causadores do efeito estufa.

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