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Leituras Públicas – Realidades Incendiárias

Entre os meses de agosto e novembro o TUSP realiza o IX Ciclo de Leituras Públicas. O evento, de ação continuada, enfoca doze peças e ocorre gratuitamente nas cidades de São Paulo, Piracicaba, São Carlos, Bauru e Ribeirão Preto.
O Programa de Leituras Públicas faz parte dos Núcleos de Experiência e Apreciação Teatral do TUSP e propõe, a cada ciclo, a leitura de peças de diferentes autores pelos presentes em encontros abertos com a mediação da equipe artística.
Neste X ciclo “Realidades incendiárias” o TUSP dá continuidade aos textos que trazem a situação limite, que obriga a personagem a uma tomada de posição radical. A resposta necessária que surge da repressão: seja ela ideológica, social, racial. A faísca que nasce e gera a chama que incendeia a realidade e a transforma em outra.
Em algumas peças, a ideia de incêndio é literal – em outras, se apresenta de maneira simbólica, interiorizada. Explícita ou não, a ebulição dos conflitos está presente ao longo de todo ciclo.

Segue abaixo a lista dos textos
Confira as sinopses

A Garota Palestina (Filmando Magda) – de Joshua Sobol (1985)
No texto A garota Palestina (Filmando Magda) é usada a metalinguagem envolvendo a vida de atores judeus e palestinos e seus personagens numa produção de um filme para televisão, onde Joshua Sobol aponta a pacificação desses dois povos neste microcosmo artístico de aprendizagem da contracenação.

A Missão – de Heiner Muller (1979)
A peça apresenta três homens – um nobre, um camponês e um escravo – que pouco tempo após a revolução francesa, são enviados à Jamaica como emissários governamentais para liderar uma revolta de escravos. Esta missão é um grande fracasso, como já indica o prólogo, e mais adiante vemos que cada um destes três personagens é uma brilhante alegoria para os ideais da revolução.

A Morte de Danton – de Georg Büchner (1835)
Georg Büchner tinha 21 anos em 1835, quando escreveu A Morte de Danton, considerada hoje por parte da crítica como o primeiro drama realista alemão. Certa vez o autor escreveu: “Estudei a história da Revolução. Senti- me como que esmagado sob o horrível fatalismo da história”. Büchner situa a peça durante os últimos dias da existência do revolucionário Danton, condenado a guilhotina. A morte de Danton atraiu imediatamente a atenção pela inovação da forma e pelo questionamento de problemas que naquela época eram evitados.

Combate de Negro e Cães – de Bernard-Marie Koltès (1979)
O palco se transforma em um canteiro de obras numa floresta da África Ocidental, onde estão os engenheiros brancos Cal e Horn, tentando conviver com a solidão, até que o mais velho deles chama uma mulher, Leone, de Paris, para lhes fazer companhia. Surge então Alboury, um homem negro que veio reclamar o corpo do seu irmão supostamente morto num acidente, mas ninguém parece querer entregá-lo. Koltès, um dos dramaturgos modernos mais inovadores e dos mais singulares propõe um laboratório de pesadelos e insatisfações, onde a intriga está reduzida ao mínimo.

Fahrenheit 451 – de Ray Bradbury (1978)
Um governo totalitário que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura. Bombeiros que ao invés de apagar incêndios queimam livros em nome do dever. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TV. Na peça de Ray Bradbury, Guy Montag é um bombeiro que acaba se envolvendo com Clarisse McLellan, uma apaixonada pela literatura, o que o leva a ler livros de forma clandestina, alterando sua perspectiva em relação ao mundo que o cerca e suas regras.

Fuenteovejuna – de Lope de Vega (1618)
A peça do início do século 17 aponta o período de Absolutismo do seu autor, mas tem igualmente a ver com qualquer época em que os alguns seres humanos continuem abusando do poder para tirar proveito dos mais fracos. A trama culmina num tiranicídio, e esse era o ponto final da história: quando é vítima da opressão, o povo tem o direito de reagir, inclusive com a morte do opressor.

Jogos na Hora da Sesta – de Roma Mahieu (1976)
Um grupo de crianças brincam em uma praça, enquanto seus pais fazem a sesta. Através das brincadeiras, aparentemente inofensivas, elas refletem sobre o que lhes é transmitido pelos pais que vivem sob um estado de exceção. A peça foi escrita pela polonesa Roma Mahieu, radicada na Argentina durante o período conhecido por Guerra Suja, com trinta mil oposicionistas desaparecidos entre 1973 e 1983.

Novas Diretrizes em Tempos de Paz – de Bosco Brasil (2001)
A ação se passa na sala de imigração portuária do Rio de Janeiro na década de 40. Um imigrante é interrogado por um agente alfandegário e ex-torturador da política Vargas. Um grande embate ideológico que discute a condição humana e os horrores do preconceito político e racial, onde cada oponente procura buscar e negar suas diversas identidades.

O Balcão – de Jean Genet (1956)
Na obra de Jean Genet, os clientes de um bordel vivenciam aventuras erótico-fantasiosas onde experimentam serem outras pessoas como bispos, juízes e outras figuras de diferentes camadas sociais. Durante uma revolução o bordel – com seu jogo de aparências e ilusões – traz a tona todos os defeitos e limitações da sociedade que espelha.

Os Inimigos – de Maximo Gorki (1906)
Escrito logo após a Revolução de 1905, só foi encenada por Piscator na Berlim dos anos vinte. O cenário praticamente é o mesmo de O Jardim das Cerejeiras, de Chekhov. Skrobotov e Bardin possuem uma fábrica, onde um é reacionário e o outro liberal. Os funcionários pedem pela demissão de um capataz brutal e odioso, e a apartir daí desenrola-se um conflito de classes e interesses sociais.

O Interrogatório – de Peter Weiss (1965)
Em Frankfurt durante vários meses de 1964 e 1965 foi instaurado um processo que julgou os acusados do massacre em Auschwitz. Weiss esteve como observador anônimo e escreve “o interrogatório em 1965, indo contra as críticas e avisos de que deveria esquecer a “vergonha nacional” .O autor pesquisou atas do processo e aproveitou muitas vezes as declarações quase ao pé da letra, explorando dramaticamente os limites do documental.

Roberto Zucco – de Bernard-Marie Koltès (1988)
No centro da obra de Bernard Marie-Koltés está Roberto Succo, serial killer italiano que nos anos 80 matou seus pais, cometeu outros crimes e assassinatos, causou pânico e admiração na Europa e foi considerado inimigo número 1 na Itália, França e Suíça. Na peça, situações reais e ficcionais se misturam, numa narrativa fragmentada e onírica, numa Europa desestruturada do fim do século XX.

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