ISSN 2359-5191

17/12/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 99 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
A família também adoece

São Paulo (AUN - USP) - Quando um pai ou um filho fica doente, os laços de família não raro revelam-se fundamentais para a reabilitação. Mas a doença também pode desmascarar facetas ocultas e abalar profundamente a estrutura familiar, o que prejudica até mesmo o tratamento dos enfermos. Na Escola de Enfermagem da USP, o Grupo de Estudos Enfermagem e Família (Geenf), coordenado pela professora Margareth Angelo, titular do Departamento de Enfermagem Materna, Infantil e Psiquiátrica, dedica-se, desde 1995, ao estudo da família no processo saúde-doença.

Em fevereiro de 2008, entre os dias 12 e 15, o Geenf vai realizar na Escola de Enfermagem a sétima edição de um curso voltado exclusivamente ao trabalho de enfermeiros com grupos familiares que vivem alguma situação de doença. Nos quatro dias de curso, a professora Margareth e a professora Regina Bausso pretendem ensinar estratégias de trabalho dos profissionais junto às famílias.

A idéia é que os enfermeiros incorporem as experiências da família às suas práticas cotidianas. A professora Margareth explica que tradicionalmente o foco dos estudos das doenças recai sobre os pacientes. Isso pode não soar estranho a ninguém, entretanto, desde a década de 1980, o núcleo familiar vem se tornando objeto de análise. Até então a família sempre esteve associada a outras áreas de conhecimento. “A nossa intenção é descobrir como a família pode ser afetada pelas situações de doenças”, diz Margareth.

Entender como é possível intervir junto à família tem sido o foco dos estudos da professora desde que o grupo foi fundado. No Geenf, a família torna-se paciente. “A doença afeta a estrutura e a dinâmica da família”, assegura a pesquisadora. Ela diz que quando maior a duração ou gravidade da doença, maior o desgaste nos processos de funcionamento da família.

O esforço do grupo, portanto, é para oferecer a essas famílias um suporte para aliviar as conseqüências e capacitá-los a lidar com situações inevitáveis resultantes das doenças. “Nosso esforço é para encontrar um consenso terapêutico”, revela a enfermeira. “Situações de doença criam muita tensão e nessas horas é difícil tomar as melhores decisões”, continua.

Para encontrar o suporte adequado, o grupo desenvolve pesquisas qualitativas, registrando as histórias de vida das famílias com as quais trabalha. “A partir disso, podemos estabelecer categorias e modelos teóricos úteis para situações conflitantes dentro do seio familiar. Queremos fugir do senso comum e introduzir componentes teóricos para os estudos”. E é justamente essa a missão do curso, mostrar na prática como funcionam esses componentes.

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