ISSN 2359-5191

17/12/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 99 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Café da manhã na rua pode trazer problemas à saúde

São Paulo (AUN - USP) - Com a correria da vida moderna, muitas pessoas têm deixado de tomar café-da-manhã em casa para comprar algo na rua antes de ir trabalhar. As barraquinhas de produtos para café da manhã – aquelas que ficam nas calçadas e oferecem desde o tradicional cafezinho ao mais apetitoso e recheado bolo de chocolate - são opções práticas e econômicas, mas todo cuidado é necessário: os alimentos que vendem podem ser nocivos à saúde.

Pedro Manuel Leal Germano, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP) e coordenador do curso de especialização em Vigilância Sanitária de Alimentos explica que os riscos variam conforme o alimento que é consumido, mas o local em que são vendidos já tem, por si só, um grau de nocividade: “não há locais para lavagem das mãos e a poeira é constante”, fala. As doenças com mais chance de serem adquiridas se os alimentos não forem higienicamente manipulados e escolhidos são as gastrointestinais, como por exemplo, a salmonela, estafilococos e coliformes.

Um dos alimentos apontados por ele como de maior risco à saúde é o bolo cremoso. Os bolos secos apresentam baixo perigo, enquanto os cremosos podem mais facilmente acarretar problemas à saúde do consumidor. “É preciso saber onde foram processados - na casa de quem; como foram transportados; onde estavam estocados; quanto tempo permaneceram expostos até serem consumidos”, alerta o professor.

Já o segundo alimento que os consumidores desses produtos devem se atentar é o leite in natura servido frio. Germano explica que quem se propõe a comprá-lo nessas barracas deve se atentar para a procedência do produto, já que ele oferece alto risco, principalmente de transmissão de tuberculose de origem bovina e de brucelose. Mas, por outro lado, quando o leite foi aquecido a altas temperaturas, a chance de contrair doenças ingerindo-o reduz consideravelmente, já que nessas condições muitos microorganismos prejudiciais à saúde acabam morrendo. Por isso, o café quente servido em xícaras descartáveis também pode ser consumido com mais tranqüilidade.

Quanto ao pãozinho, os riscos de contaminação do alimento em si são baixos já que ele é levado ao forno. Mas, se os vendedores não tomarem os devidos cuidados de higiene – uso de luvas, touca, cobrir os alimentos da poeira, utensílios bem higienizados etc. – esse risco pode aumentar.

O pesquisador aponta ainda quais soluções acredita serem as mais eficientes para melhorar a higiene desses locais e reduzir o risco de nocividade à saúde: cadastrar os vendedores ambulantes e oferecer-lhes cursos rápidos sobre princípios básicos de higiene, além da realização de campanhas de esclarecimento da população sobre os riscos da alimentação nesses locais – como se defender, como reconhecer o que está muito errado.

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