São Paulo (AUN - USP) - Uma tese defendida no Centro de QuÃmica e Meio Ambiente (CQMA) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) propõe uma alternativa para reaproveitamento de resÃduos industriais como as aparas de politetrafluoroetileno (PTFE), resultantes da fabricação de fitas de vedação e conexões utilizadas em estruturas hidráulicas.
O polietileno linear gera em grandes quantidades o PTFE como subproduto. A fábrica que contribuiu com a pesquisa fornecendo o material produz cerca de oito toneladas por ano do que antes era só um rejeito. Uma vantagem da alternativa é o menor custo de produção.
âHá empresas brasileiras fazendo testes, e a partir destes, faremos a adaptação para a escala industrial. Não estou conduzindo pesquisas no tratamento de resÃduos de outros plásticos. Só o PTFE tem uma grande variedade de aparas com diferentes composiçõesâ, explica o pesquisador.
A pesquisa de Ferreto, orientada por Luis Filipe Carvalho Pedroso de Lima, promete mudanças para a indústria. A demanda de polÃmeros em paÃses industrializados só cresce. Atualmente a produção para o Brasil é feita no exterior e "além disso, trata-se de um processo caro", explica Ferreto.
Os polietilenos têm resistência a raios ultravioleta e a produtos quÃmicos, permitindo o seu uso para armazenar produtos agrÃcolas e industriais, por exemplo. O pesquisador ainda destaca que a maioria das resinas do material têm o uso regulamentado pela FDA, instituição responsável nos Estados Unidos pela aprovação de medicamentos e alimentos, frisa o pesquisador.
A pesquisa de Ferreto ainda reforça a tendência de pesquisas acadêmicas trazerem soluções para problemas ambientais de indústrias.