ISSN 2359-5191

17/12/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 99 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Grupo estuda dor e suas conseqüências

São Paulo (AUN - USP) - Controlar os sintomas da dor e a partir dela ministrar cuidados aos pacientes é um dos maiores desafios de médicos e enfermeiros. Na Escola de Enfermagem da USP, o grupo “Dor, controle de sintomas e cuidados paliativos” dedica-se exclusivamente a esse desafio.

Coordenado por Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta, professora titular e chefe do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EE, o grupo atua desde 1994 nas áreas de epidemologia, prevalência e controle das dores agudas e crônicas, publicando trabalhos acadêmicos e realizando simpósios para entender a dor.

Segundo Andrucioli, o grupo procura controlar a ação das dores agudas e crônicas nos pacientes em fases curativas ou sem possibilidades de cura. Dores crônicas geralmente estão ligadas ao câncer. A tentativa de controle dos sintomas oncológicos são complicadas porque, na maioria das vezes, o câncer não tem cura e o tratamento é sempre muito prolongado. “Trabalhamos com o controle numa fase da doença em que a cura não é mais possível, mas nem por isso deixamos de trabalhar. Todas as pessoas têm direito ao alívio da dor”, diz a professora, cumprindo sua vocação de enfermeira.

Um dos trabalhos do grupo foi apresentado no Incor pela enfermeira Magda Aparecida dos Santos Silva que, orientada pela professora Cibele, estudou o controle da dor no período pós-operatório de cirurgias cardíacas. Andrucioli conta que, apesar de todos os medicamentos, nesses casos nem sempre a dor é bem controlada. “Além de uma boa prescrição analgésica para o paciente, o controle depende de uma avaliação adequada do corpo de enfermeiros”, explica. O alívio vem quando o grupo é capaz de prevenir os efeitos colaterais das drogas que são ministradas, o que aumenta a satisfação dos pacientes.

Já o tratamento com analgésicos opióides de dores agudas e intensas relacionadas ao câncer leva a alterações cognitivas nos enfermos. Foi o que mostrou a tese de doutorado de Geana Paula Kurita, também orientada pela professora Cibele e defendida na Escola de Enfermagem. Tratamentos como esse podem afetar o desempenho motor, cognitivo e neuropsicológico dos pacientes. Por isso é necessária a constante aplicação de testes em todas essas áreas. Devido à duração dos tratamentos, fica difícil prever a capacidade de reação dos pacientes. Os testes mostram-se fundamentais para que eles possam desempenhar suas atividades cotidianas.

A fadiga também é determinante na recuperação dos doentes. A tese de Dálete Delalibera Correia Matos sobre os efeitos da fadiga em pacientes com câncer de colo retal mostrou que depressão, diferenças de sono e a funcionalidade física alterada aumentam de três a quatro vezes o risco de fadiga. Segundo Cibele, o trabalho direto sobre essas disfunções elimina a fadiga, aumentando as chances de o tratamento ter um melhor desempenho.

Atualmente, a professora inicia um projeto de pesquisa sobre a prevalência da dor entre pacientes psiquiátricos, além de começar a esboçar um estudo mais abrangente sobre a dor relacionada à raça, sexo e condição social.

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