Este ensaio se propõe a discutir o resto como causa do desejo tomando como percurso a obra “A terceira margem do rio” de Guimarães Rosa. Sua tessitura está organizada na margem onde se encontram literatura e psicanálise, articulação esta que se faz presente na referida obra onde estão em jogo o desejo e um resto, como causa desse desejo, que é incapaz de ser todo coberto pela linguagem. Não existe a intensão de explicar o conto, ao contrário, a perspectiva é a de explorar a riqueza do que ele possa representar, extraindo dele significações que possam ilustrar o desejo como causa do sujeito inconsciente.
A ideia de que há um percurso do olhar ao desejo na relação entre Riobaldo e Diadorim, personagens de Grande Sertão: Veredas, é o que movimenta esse trabalho: através das teorias de Jacques Lacan, Sigmund Freud e Maurice Merleau-Ponty sobre o olhar e o desejo pode-se examinar esse percurso e determinar a influência que cada elemento exerceu no outro e a influência que esse conjunto, em sua totalidade, exerceu no romance de João Guimarães Rosa.
O presente ensaio visa tecer relação entre literatura e psicanálise a partir da priorização de um enfoque do amor na novela “Buriti”, de Guimarães Rosa. Por acreditar que o tema paira não somente na esfera física hominal, como também impregna a atmosfera natural do sertão, verificar-se-á o tácito corpo de baile de uma vertente amorosa, o erotismo, entre alguns dos personagens, o que concede margem para a abordagem de instâncias psicanalíticas, a saber, alteridade e pulsões, sobretudo.
O presente ensaio visa tecer uma relação entre a literatura e a psicanálise a partir da
priorização de um enfoque do amor na novela Buriti, de Guimarães Rosa. Por acreditar que o
tema paira não somente na esfera física hominal, como impregna a atmosfera natural do
sertão, verificar-se-á o tácito “corpo de baile” de uma vertente amorosa – erotismo – entre
algumas personagens literárias por abordagens teóricas de instâncias psicanalíticas, como
alteridade e pulsão.
Este trabalho analisa a novela "O recado do morro", de João Guimarães Rosa, sob o viés da Psicanálise. O ensaio de Jacques Lacan "Seminário sobre 'A carta roubada'", o qual foi inspirado no conto de Edgar Allan Poe "A carta roubada", será utilizado como material teórico de comparação na análise do automatismo de repetição do enigma proposto tanto aos protagonistas quanto aos leitores dos textos de Poe e Rosa.
Este artigo pretende estabelecer um diálogo com a obra de Mikhail Bakhtin Problemas da poética de Dostoiévski por meio do conto “Darandina”, de Guimarães Rosa, objetivando uma introdução concisa aos conceitos bakhtinianos. A escolha das teorias de Mikhail Bakhtin, para compor esta ligação entre literatura e psicanálise, deve-se ao fato de seus estudos literários terem influenciado o desenvolvimento cultural de vários países do mundo, inclusive o Brasil. O teorizador russo é autor de estudos influentes, contemporâneos do formalismo russo – anos 1920 e 1930 –, divulgados tardiamente no país, pelos autores Tzvetan Todorov e Julia Kristeva, em meados da década de 1960. Este conto mune-se de recursos literários metafóricos e de conceitos que incursionam pela psicanálise numa reflexão muito instigante sobre verdade evidente versus verdade representada, conceitos freudianos. A abordagem de referência se fará à teoria da carnavalização, atendo-se à sátira menipeia como essência, e às inversões de valores sociais hierárquicos, visto que o conto em estudo versa sobre a loucura, causadora de manifestação de estranhamento a olhares convencionais. O caráter ideológico do conto é importante na medida em que busca a análise de uma consciência individual, social e cultural que permeia a fronteira entre a loucura e a sanidade. Por conseguinte, ler “Darandina”, sem destacar a relevância ocupada pela psicanálise, seria afastar-se da percepção de uma sedutora riqueza de possibilidades.
O presente trabalho propõe uma análise do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, através da observação dos mecanismos linguísticos de que se vale o autor na sua construção, para apontar algumas confluências entre os discursos literário e o psicanalítico, no romance. Para isso, utilizaremos pressupostos teóricos da teoria da ironia, procurando estabelecer alguns pontos tangenciais entre a literatura rosiana, os recursos da ironia e a psicanálise. Ao escapar da formulação de conceitos definitivos, mostraremos que o autor transforma o campo literário num lugar que se quer aberto ao diálogo, ao trânsito e a múltiplas interpretações, possibilitando, ainda, a circulação do mal-entendido, pois são as mensagens aparentemente sem sentido e absurdas é que se mostram evocadoras e criadoras de significações para além dos sentidos admitidos no código da língua. De acordo com essa lógica, apontaremos na obra de Rosa outra vertente da linguagem, na qual a letra esvaziada desse compromisso de reprodução dos sentidos, já no campo da escritura, mostrase capaz da ruptura com os semblantes e aproximação com os efeitos enigmáticos do gozo na escrita.
Instigada pelo desfalecimento de Riobaldo na batalha final entre Hermógenes e Diadorim, no romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, pretendo discutir o desapossamento do sujeito no momento crucial do enredo, tendo como pano de fundo intersecções da psicanálise
com estudos interpretativos da tragédia de Hamlet. A impossibilidade de ação do narrador/protagonista, que na face do chefe jagunço Urutu-Branco sente a potência do corpo
esvair-se, define o desenlace trágico do romance. A cena mobiliza uma reflexão sobre o ato e sua inibição, buscando novos planos de sentidos simultâneos ao caráter fáustico inequívoco. O combate fatal e o pacto serão articulados de forma a revelar imprevistas identificações fantasmáticas do protagonista em sua travessia. Freud e Anatol Rosenfeld serão mobilizados para construir um pensamento que ilumine a trama em seus aspectos temáticos e estilísticos.
Partindo do conto “O espelho”, de Guimarães Rosa, a autora busca algumas aproximações entre cinema, literatura e psicanálise, discutindo aspectos referentes ao imaginário e seu enlace com o real.
Guimarães Rosa tem obras extensas e ricas que possibilitam fazer várias análises. Neste trabalho foi designado o conto ?Substância? parte do seu livro "Primeiras Estórias", tem como personagem principal Sionésio, homem simples, de poucas palavras e trabalhador, Maria Exita sua empregada e outros, é essa história de amor e razão que norteia o Conto. Esta obra faz parte do seu acervo para leitura e análise onde é possível abordar a Sociologia, a Psicanálise e a Estilística.
Este artigo dispõe-se a uma análise crítica do romance Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa, amparada na psicologia junguiana, com enfoque específico nas motivações psicanalíticas que levam o ex-jagunço Riobaldo, protagonista da obra, a representar inconscientemente, em seu relato autobiográfico, Deus e o Diabo como símbolos da formação de sua própria personalidade.