ISSN 2359-5191

30/08/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 15 - Sociedade - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Estudantes usam telescópios robóticos para aprender ciências

São Paulo (AUN - USP) - Alunos da rede pública e privada de ensino poderão explorar o céu com outros olhos. Já se encontra em fase-piloto o projeto “Educação em Ciências com Observatórios Virtuais”, no qual os estudantes realizarão observações astronômicas diretas e em tempo real, através de acesso remoto a telescópios robóticos instalados em observatórios distribuídos pelo país. A iniciativa faz parte de um programa interdisciplinar coordenado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), que conta com financiamento da Fundação Vitae.

“Os jovens farão observações da sua própria escola, utilizando computadores que poderão ser conectados, via Internet, com os telescópios robóticos. Assim, eles aprendem todos os processos, que envolvem a pesquisa e o estudo, dentro de um trabalho científico. Desde as regras para realizar a observação, as técnicas para operacionalização dos telescópios e a emissão de relatórios divulgando os resultados obtidos”, explica o coordenador do projeto e professor do IAG, Laerte Sodré Júnior.

Segundo o professor, a idéia é utilizar a Astronomia como instrumento interdisciplinar para o ensino das ciências. Por outro lado, os mistérios do espaço servem de chamariz e estímulo para os alunos experimentarem o contato com os conceitos científicos e a tecnologia. “Num país com uma carência científica tão grande quanto o Brasil, um projeto como esse interessa não só para a Astronomia, mas para a promoção das ciências como um todo”, complementa Sodré.

Nessa fase-piloto, o projeto envolve seis instituições de ensino superior e sete escolas parceiras. “Estamos construindo, em conjunto com as escolas, um programa educacional. Precisamos editar manuais e proporcionar treinamento para os professores, assim como material didático para os alunos”, diz Sodré. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está desenvolvendo um software exclusivo para operacionalizar o sistema, que será disponibilizado gratuitamente.

“Esperamos que, até 2004, isso esteja aberto a todas instituições de ensino do Brasil. Pretendemos disponibilizar tudo na Internet. Bastaria os alunos e professores nos contatarem para terem acesso aos observatórios virtuais e usufruírem do programa. Inclusive, um próximo passo seria a conexão com o TIE, que possibilitaria o acesso a telescópios do Estados Unidos, Alemanha e Japão”, conta o professor. TIE é a sigla para Telescopes in Education (Telescópios na Educação), projeto norte-americano no qual se baseou a iniciativa brasileira.

Parte dos “observatórios virtuais” aproveitará a estrutura de observatórios já existentes, como a estação do IAG em Valinhos, São Paulo. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em São José dos Campos, São Paulo, desenvolverão seus observatórios durante a execução do projeto. Além disso, os telescópios contarão com mini-estações meteorológicas que irão fornecer dados sobre as condições climáticas de cada observatório.

Mais informações: (0XX11) 3091-2704, pelo e-mail laerte@astro.iag.usp.br ou no site http://www.observatoriovirtual.pro.br

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