ISSN 2359-5191

30/08/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 15 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Biociências
Psicóloga estuda os mecanismos da atenção

São Paulo (AUN - USP) - Os mecanismos atencionais são apontados como essenciais para os processos de aprendizagem. Desde um animal no meio ambiente à uma pessoa em idade escolar ou um individuo em seu meio social,é fundamental que seja capaz de perceber os estímulos ambientais e fazer correlações entre eles arquivando as informações mais relevantes. Para isso é necessário que se direcione a atenção para os estímulos mais importantes.

Na psicologia, a atenção é utilizada para referir-se à seletividade do processamento de informações, que podem ser relativas à posição no espaço, som, imagem, forma etc. Um exemplo do uso da atenção é o aspecto seletivo do chamado "efeito coquetel". Em uma festa costumamos selecionar apenas os estímulos que nos interessam em um ambiente cheio deles. Dessa forma, conseguimos conversar com um amigo no meio do som e estímulos visuais.

Apesar do conceito geral do que é atenção, ainda não foi encontrada uma definição clara do termo. O que se aplica são definições operacionais. Já foram definidas três formas básicas de atenção: dividida, seletiva e sustentada.

A atenção dividida é capacidade do indivíduo de realizar mais de uma tarefa simultaneamente. A atenção seletiva é a capacidade de direcionar a atenção para uma parte dos estímulos do ambiente, enquanto ignora os demais estímulos. A atenção sustentada ocorre quando o indivíduo mantêm-se num estado de prontidão por longo período de tempo para detectar e responder a alterações específicas nos estímulos.

A atenção seletiva é o objeto do estudo da psicóloga Mariana Nogueira de Azevedo Mattos. Formada pela PUC do Rio de Janeiro ela está terminando sua dissertação de Mestrado no laboratório de Neurociência e Comportamento Instituto de Biologia. A data de apresentação está prevista para final de outubro deste ano.

Utilizando um programa de computador ela avalia o papel da atenção na percepção. O teste consiste em fazer o paciente fixar o olhar no ponto central de uma tela. Instruído à manter o olhar fixo, e pressionar uma tecla de resposta quando piscar um alvo visual à direita ou à esquerda ao ponto de fixação. Se a pista que preceder a apresentação do alvo informar o sujeito sobre a correta localização do alvo (pista válida), o tempo de resposta é diminuído. De modo contrário, se a pista precedente não coincidir com a futura posição do alvo (pista inválida), o tempo de resposta é aumentado.

O paciente é avisado que 80% das pistas estão certas e 20% estão erradas. Isso é feito para que foque a atenção sempre no ponto indicado. Com isso tentasse provocar o direcionamento da atenção para um lado e quando o estímulo ocorrer do outro, medir a diferença de resultados quando a atenção está focada (pista certa) versus quando a atenção não está focada (pista errada).

Dificuldades na capacidade de selecionar os estímulos mais relevantes e processá-los têm sido consideradas as principais responsáveis pelos problemas de aprendizado e desordens cognitivas. Prejuízos de atenção já foram observados em doenças neuropsicológicas como o Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson e epilepsia. Desordens emocionais, como ansiedade, depressão e síndrome obsessivo-complusiva, acarretam em prejuízos ao sistema atencional.

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