São Paulo (AUN - USP) - A prefeita Marta Suplicy palestrou para um auditório repleto de alunos da Faculdade de Administração e Economia da USP (FEA) recentemente. Durante o evento ela comentou vários aspectos de sua gestão no municÃpio de São Paulo, incluindo transporte público, saúde, orçamento, educação, descentralização adminstrativa, plano diretor e outros assuntos. O discurso não teve um foco especÃfico â falou-se genericamente da administração municipal.
Transporte foi um dos temas mais abordados durante a palestra. Ela explicou que os ônibus têm tarifas diferenciadas â se o trajeto for só local, a passagem é R$ 1, se não, é mais cara (R$ 1,40). A prefeita falou que os donos de empresas de ônibus têm visão curta e que suas empresas estão indo mal porque eles não sabem administrá-las corretamente. Por exemplo, ao invés de contratar alguém por um salário mÃnimo e limpar os veÃculos, muitas empresas têm sido sistematicamente multadas em R$ 300 ao dia, pois seus ônibus não estão limpos.
Quando perguntada por um aluno sobre o projeto do Fura Fila, do ex-prefeito Celso Pitta, ela explicou que o projeto era caro e de baixo retorno social. Apesar de não achar o projeto bom, irá concluÃ-lo, dobrar sua extensão (com os mesmos custos previstos, que eram propositadamente altos) e rebatizou-o de Paulistão.
Também falou-se do Programa Saúde da FamÃlia. Nesse programa os médicos visitam as casas das famÃlias e com isso muitos doentes recebem medicação sem sair do lar e não superlotam os hospitais. A dificuldade é que os médicos não estão dispostos a atender em regiões muito miseráveis.
Com as Sub-Prefeituras, outro assunto da palestra, a administração municipal torna-se mais ágil para atender as demandas dos cidadãos paulistas. A prefeita deu o exemplo do entulho nas ruas: antes das sub-prefeituras a Administração regional era contatada e então chamava a empresa de limpeza urbana para retirar o lixo. Agora a Sub-Prefeitura tem autonomia para fazer esse tipo de serviço.
Marta Suplicy reclamou da Lei de Responsabilidade Fiscal, já que São Paulo não tem condições de adequar-se aos termos da lei. Segundo a prefeita, esse municÃpio não pode estar sujeito à s mesmas condições que outros, pois muitos serviços públicos (como hospitais, aeroportos e portos) são prestados somente na capital paulista e isso é custoso. A Lei de Responsabilidade Fiscal fixa que é proibido uma cidade gastar além do que arrecada.
Essa foi a segunda palestra realizada na FEA em menos de duas semanas onde o PT sai com uma imagem muito positiva. A primeira foi o debate sobre renda mÃnima (do qual a prefeita também participou), no qual polÃticos petistas e teóricos com relações com o partido (como o economista Paul Singer) salientaram a importância da renda mÃnima e o pioneirismo deles ao reivindicar esse instrumento de polÃtica econômica. Maria Tereza Fleury, a diretora da FEA, estava presente em ambas as apresentações e afirmou que a proximidade dos dois eventos foi coincidência.