ISSN 2359-5191

28/03/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 02 - Economia e Política - Instituto de Química
Eletrodos são manufaturados a baixo custo na Química

São Paulo (AUN - USP) - A falta de instrumentação necessária e seu alto custo levam ao desenvolvimento de equipamentos por meios não-comerciais e até inusitados. É isso que acontece em um laboratório do Instituto de Química: os professores Lúcio Angnes, Claudimir do Lago e Ivano Gutz desenvolveram instrumentação e método para fabricação de eletrodos amperométricos. Estes dispositivos medem a concentração de diversas espécies químicas, sobretudo de metais pesados, pela quantidade de corrente elétrica que passa por eles.

Uma das maneiras de se obterem eletrodos a baixo custo é com CDs graváveis. Há uma película muito fina de ouro de alta pureza nos CDs. Para se chegar a ela, é necessário atacar com ácido nítrico as duas camadas de filme protetor que revestem a película de ouro. Este metal é utilizado como eletrodo nas determinações de metais pesados em concentrações muito baixas, da ordem de partes por bilhão, o que equivale à determinação de um grama de metal dissolvido em uma piscina olímpica. O custo do eletrodo manufaturado dessa maneira é muito mais baixo: cada CD gravável custa cerca de R$ 1. Um eletrodo manufaturado comercialmente custa em torno de US$ 300.

Outra maneira para se adquirirem eletrodos é com chips de computadores. Em cada chip – que pode provir de uma placa de computador queimada – há pequenos fios de ouro, envoltos em uma grossa camada de material polimérico. Para esses fios serem utilizados como eletrodos, o material polimérico é lixado e os fios, depois de retirados, passam por uma multiespeciação, ou seja, são modificados individualmente para que várias espécies químicas sejam determinadas ao mesmo tempo. Assim, o resultado pode ser ainda mais eficiente do que com eletrodos convencionais.

Dessa forma, os custos são baixos e os resultados bastante satisfatórios. Os eletrodos ainda são usados para determinação de metais pesados e de fármacos no laboratório, porém, no futuro, podem ser utilizados para determinação de metais em águas (de represas como a Guarapiranga, ou de própria chuva) ou de mercúrio no sangue.

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