São Paulo (AUN - USP) - Imagine observar uma obra de arte e receber instantaneamente uma série de informações sobre ela. E não só informações básicas, como o autor, história, ano, mas também a impressão de outras pessoas que por ali passaram nos últimos anos. Ou então, realizar uma cirurgia a partir de informações enviadas por um médico do outro lado do mundo, mas que está vendo e sentido da mesma forma que você. Isso agora é possível.

O engenheiro Glauco Todesco, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), apresentou em seu doutorado um capacete que possibilita a chamada simbiose digital. Trata-se de duas câmeras e dois microfones que captam a realidade e a processam em um computador acoplado ao sistema, e transmitem informações para o visor do usuário. Ou seja, o computador reconhece os objetos que o usuário observa, e transmite e compartilha informações sobre esse objeto para os diferentes usuários.

As possibilidades são imensas. Segundo Todesco, “Nós podemos pensar em inúmeras aplicações deste tipo de cooperação, inclusive em entretenimento”. De visitas em museus a partidas de futebol, toda a realidade pode ser observada de uma nova maneira através do sistema.

A Petrobrás inclusive se interessou pela pesquisa, já que poderia economizar com o transporte de técnicos de alta qualificação para regiões de difícil acesso. “O capacete pode reduzir custos e proporcionar maior segurança na manutenção e inspeção em plataformas de alto-mar”, esclarece o pesquisador. Com o equipamento, o técnico poderia acompanhar várias obras ao mesmo tempo através de um computador, enquanto o serviço seria realizado pelos funcionários que já estão no local, o que economiza e garante velocidade aos reparos.