São Paulo (AUN - USP) - Em diversos pontos da capital, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) utiliza faixas de trânsito um metro mais estreitas que as convencionais de 3,5 metros, como forma de criar uma pista a mais e melhorar o fluxo de trânsito. Os motoristas reclamam da sensação de insegurança, por ficarem muito próximo das motocicletas e veículos pesados. E os motociclistas se queixam que o menor espaço aumentaria o número de acidentes, devido a maior dificuldade de passar entre os carros.
Este problema foi analisado pelo engenheiro Olímpio Mendes de Barros, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), em sua dissertação de mestrado. Tomando como base as avenidas Interlagos e Rebouças, que contém 14% do total de pistas estreitas da capital, o pesquisador verificou 750 boletins de ocorrência num período de onze meses.
O resultado o surpreendeu: os trechos com estreitamento de pista registraram menos acidentes que os trechos mais largos. “Este fato sugere que, apesar do desconforto gerado, as faixas estreitas podem colaborar na segurança, talvez por exigir mais cautela dos motoristas”, comenta o engenheiro.
Precisamos seguir nesta análise, verificando também o ocorrido em outros pontos da cidade. A idéia é, com base nestes estudos, sugerir uma norma para a implementação deste tipo de faixa nas vias públicas urbanas”, afirma Barros, defendendo que o estudo não é suficiente para determinar se as faixas de 2,5 metros de largura são eficientes, mas que a pesquisa deve ser estendida a outros pontos da cidade.