ISSN 2359-5191

26/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 06 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Favela do Gato receberá parte de seus apartamentos até o final do semestre

São Paulo (AUN - USP) - Resultado de uma política de verticalização de favelas que vem sendo implementada pelas prefeituras, a favela do Gato –agora Parque do Gato- está em fase de consolidação. Localizado em uma região que é quase uma ilha, na confluência dos rios Tietê e Tamanduateí, entre as pistas local e expressa da Marginal, o local incorporará, além dos conjuntos habitacionais, o Centro Esportivo Municipal que abriga o estádio de beisebol Mie Nishi, além de um centro de moda, onde são vendidas roupas populares. “A idéia é criar um complexo habitacional”, afirma o arquiteto André Drumond.

Ex-aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Drumond participou do desenvolvimento do projeto arquitetônico-urbanístico da área. Através de uma licitação, a assessoria técnica Peabiru, uma organização não-governamental, elaborou o projeto para o Parque.

Este programa da Favela do Gato faz parte de um programa de Locação Social da prefeitura de São Paulo. “Os moradores da favela não serão proprietários dos apartamentos para onde vão se mudar. Como têm renda familiar média inferior a três salários mínimos, eles não podem entrar em programas de financiamento de imóveis populares e, por isso, vão pagar um aluguel subsidiado pela prefeitura”, complementa Drumond.

Todas as famílias do Gato vão para o Parque assim que estiver pronto. “Trata-se de um estoque habitacional que a prefeitura aloca da maneira desejada”. E ainda há outras novas vagas.

Houve ainda um trabalho realizado pela Habi, Superintendência de Habitação Popular da Prefeitura, que manteve um contato com os moradores do Gato.

Uma outra política que vem sendo bastante trabalhada pela gestão municipal atual é a de urbanização de favelas, que é um princípio de urbanização para responder o déficit habitacional brasileiro. Cerca de 20% da população da cidade de São Paulo mora em favelas (cerca de 2milhões de habitantes) e é parte constituinte deste déficit. Favela é uma ocupação irregular, ou seja, ilegal, uma posse da terra ilegal, que foi ocupada em algum momento e que não tem infra estrutura urbana, não tem condições de ter água, luz, não é regularizado, a pessoa não tem endereço, não se paga IPTU. E a urbanização vem no sentido de reverter este quadro.

O professor de Planejamento Urbano da FAU, João Whitaker, afirma ser impossível chegar num determinado local e simplesmente destruir os barracos. “Quando se tem uma situação de razoável consolidação dessa população, ou seja, ela está morando em um lugar há mais de cinco, dez anos, trabalha ali perto, tem uma consolidação urbana daquele lugar, é difícil chegar num lugar desses e acabar com tudo”.

Whitaker acredita que a política pública de eliminação de favelas de pagar um caminhão para levar o pessoal do Jardim Edith para Guarapiranga, por exemplo, só contribui para a expansão da cidade periférica, desigual.

Além disso, Whitaker diz ser muito mais barato a política de urbanização de favelas do que a de verticalização. Uma unidade verticalizada, custa cerca de R$25 mil reais, enquanto que a urbanização de favelas reduziria bastante este valor

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