São Paulo (AUN - USP) - O Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP desenvolve projeto para diminuir a insegurança na região de Campo Limpo. O projeto, que ainda está fase de pesquisa, terá uma segunda de etapa de intervenção na comunidade.
A Administração Regional do Campo Limpo, engloba o Jardim Ângela, Capão Redondo, Jardim São Luis e Vila Andrade. A área foi escolhida devido ao alto índice de homicídios registrados. O núcleo desenvolveu pesquisas que foram aplicadas pelo IBOPE para diagnosticar precisamente a situação socioeconômica e especificamente dos índices de violência no local. Depois que os dados forem compilados e analisados, o NEV irá apresentá-los para a comunidade, administração regional, prefeitura e estado. A idéia é que o estudo dê a dimensão do problema e que permita aos moradores uma melhor forma de argumentação e reivindicação de melhorias.
Após a análise e discussão dos dados pela comunidade e autoridades, as duas partes estabeleceriam projetos de combate à violência e assinariam “Contratos Locais de Segurança”. Os contratos são uma adaptação de um projeto criado na França. “Ele possibilita um melhor monitoramento dos projetos”, argumenta Helder Ferreira, pesquisador do NEV. O núcleo acredita que o projeto ajudará governo e comunidade a atacarem os problemas que de fato geram a violência na região. Além disso, haverá um plano de ação específico para cada área, o que ajudará na atuação da polícia.
Ao lado disso, o projeto ainda prevê o treinamento dos “mediadores de conflito”. Membros da comunidade serão treinados pelo núcleo para resolverem as pequenas brigas, disputas e discussões que sempre ocorrem entre vizinhos, alunos de uma escola, freqüentadores de bares, etc. Este projeto, segundo o pesquisador, já apresentou bons resultados na África do Sul, onde foi concebido.
O acompanhamento dos contratos e resultados será feito pelo núcleo com o auxílio dos mediadores e dos “observadores”, moradores treinados por um outro projeto do núcleo, para apontar violações dos direitos humanos. Segundo Ferreira, embora o projeto esteja um pouco atrasado, o diagnóstico deverá começar a ser apresentado ainda este ano para a comunidade. O projeto conta com recursos da Fapesp, como parte dos projetos do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) e da Fundação Ford.