ISSN 2359-5191

22/12/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 24 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Educomunicação embarca em estudos acadêmicos
Dissertação de mestrado analisa métodos e resultados do recente processo de educação

São Paulo (AUN - USP) - “Antes mundo era pequeno, porque Terra era grande. Hoje mundo é muito grande, porque Terra é pequena. Do tamanho da antena parabolicamará”. Não é segredo que, com a evolução tecnológica, os meios de comunicação permitiram um maior contato entre as culturas e, por conseqüência, uma maior formação intelectual das pessoas que os utilizam. Tampouco é novidade que, em terras tupiniquins, a falta de democratização desses meios impede pessoas de baixa renda de terem acesso à formação e à informação suficientes, fato revelado na canção de Gilberto Gil. É exatamente com esse contexto que a dissertação de mestrado de Renato Tavares pretende trabalhar.

A educação vista através do prisma da comunicação é um tema recente epoucas vezes foi utilizado em publicações mais aprofundadas. Tavares, então, decidiu-se por pesquisar e analisar a chamada educomunicação. Para isso, ele divide seu trabalho em duas frentes: a produção de um programa semanal de rádio por 25 alunos de escolas municipais e, posteriormente, a análise do método e dos resultados na feitura dos programas.

Os escolhidos serão os que mais se destacaram no projeto Educom, em que alunos da rede municipal obtiveram materiais humanos e tecnológicos para aprender a lidar com os meios de comunicação, além de saber como produzir notícias e ter opinião crítica sobre elas. O projeto, fruto da parceria da Prefeitura de São Paulo e o Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da USP (NCE-ECA), foi decisivo na escolha de pesquisa por Tavares.” Eu trabalhei no NCE com o desenvolvimento do Educom e percebi que naquele tema eu poderia aprofundar-me”.

Para que haja a efetiva produção dos programas de rádio, Renato Tavares depende de um apoio financeiro (ainda não conseguido). “Esse apoio pode determinar os rumos de minha pesquisa”, afirma. Também deseja que os programas, caso concretizados, não fiquem restritos às comunidades ou à escola em que foram feitos, mas que atinjam o maior número de lugares possíveis. “Isso é uma oportunidade para as pessoas trazerem a versão local da realidade. E, claro, é uma maneira de estimular a idéia de democratização da mídia”.

Se não houver o apoio, Tavares continuará a aprofundar-se nos resultados obtidos com o Educom. “Como foi um projeto que abrangeu várias escolas e durou quase quatro anos [só com a parceria municipal], há muito material a ser analisado; tanto por seus resultados, como por seu percurso”. O método que o pesquisador utiliza leva sempre em consideração o processo e o resultado, para que haja um maior entendimento do que foi feito.

Mesmo com esse segundo plano já constituído, a busca de um patrocínio para sua concepção inicial não cessa. “O desafio de entender melhor o que é a educomunicação ainda é guia em minha dissertação. Nesse campo novo e emergente, qualquer dificuldade inicial é normal. Basta, então, não se estagnar diante delas” finaliza Tavares.

Mais informações sobre o mestrado: rtavaresrtv@yahoo.com.br
Mais informações sobre o Núcleo de Comunicação e Educação: http://www.usp.br/nce

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